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Críticas

"Vingadores: Guerra Infinita" | Marvel ousa e vai além, entregando o que todos queriam ver, porém o que ninguém esperava

26/04/2018 - 19:00 | Por: Daniella Carbonetti

        Chocada. Impactada. Muda. Com os olhos marejados segurando para não desabar. O impacto foi tão grande que não tive tempo de chorar, na verdade. Foi como eu e outras pessoas saíram da sessão de "Vingadores: Guerra Infinita".

OBS: PULE O TEXTO AZUL SE NÃO QUISER DETALHES SOBRE A TRAMA DE THOR. POSSÍVEL SPOILER!

 

        Nada mais nada menos que 10 anos. O MCU inicou há exatos 10 anos com "Homem de Ferro", que deu todo o tom que esse universo gigantesco iria assumir ao longo dos anos. E foram 10 anos para isso. Justamente para isso. É difícil acreditar que esse é um suposto fim de uma era da Marvel (ou metade do fim). Não tenho palavras suficientes para expressar o que foi Guerra Infinita e como foi essa experiência devastadora. É até difícil não citar spoilers, já que cada detalhe especificamente leva a um spoiler. Mas tomarei o devido cuidado. E espero que você que ainda vá assistir também tome. Vá preparado.

        Já solto de antemão que sim, Guerra Infinita entrega tudo ou pelo menos grandiosa parte do que esperávamos. E isso serve tanto para momentos felizes quanto para momentos sofridos. Utiliza-se também de alguns elementos de plot twist muito bem humorados que vêm não só de Guerra Infinita, mas de filmes anteriores do MCU.

        O filme já começa em tom caótico, exatamente do ponto em que a cena pós-creditos de "Thor: Ragnarok" entregou: a nave de Thanos encontrando a nave asgardiana que tinha acabado de fugir do ataque de Hela e Surtur a Asgard. Thanos tem uma antiga e incansável busca pelas joias do infinito, de modo que ao completar sua manopla com todas as joias, ele se tornaria o ser mais poderoso e implacável do universo. O problema é que as joias estão dividas pelo mundo e ele é impiedoso: destruiria tudo e todos para conseguí-las.  As cenas que sucedem a isso são desesperadoras, já que o maior elemento de tensão do filme é a suposta imprevisibilidade, onde ninguém está imune a Thanos. Nessa cena há uma morte de um personagem muito importante e querido por todos. Particularmente, sofri bastante por isso logo no começo.

        Thanos surgiu pela primeira vez no MCU em "Vingadores 1" e depois em "Guardiões da Galáxia 1", onde ali já pudemos ver sua crueldade e determinação em conseguir as joias do infinito. Em "A Era de Ultron", sua participação mesmo que por entrelinhas, foi crucial para a trama do ataque à Nova York. Voltarei a falar dele como vilão mais para frente no texto.

 

        Vale ressaltar que até a mudança de tom do terceiro filme do Thor, Ragnarok foi necessária para seu entrosamento com os Guardiões da Galáxia, que por muitas das vezes dividem com ele o mesmo arco. Falar mais que isso seria spoiler.

 

        E destaque para o Thor em Guerra Infinita. Tudo o que ele acaba não entregando em Ragnarok pela questão do roteiro, agora ele vem com tudo e mostrando para que veio. 

 

Após perder o Mjolnir para Hela em Ragnarok, a grande jornada de Thor é viajar para Nidavellir (um dos nove reinos) em busca de uma nova arma para deter Thanos. Aí que ele encontra Eitri (interpretado por Peter Dinklage, rei dos anões de Nidavellir), forjador de itens mágicos - assim como na mitologia nórdica, os dois irmãos Brokk e Eitri forjam o Mjolnir para Thor - e agora tem a missão de forjar o Stormbreaker, arma muito poderosa que é metade martelo e metade foice (uma referência inclusive ao Thor do universo ultimate, mas que não é tão fidedigna. Fica apenas como referência mesmo). Um personagem querido tem uma participação muito interessante nessa cena e que ajuda a forjar a nova arma.

 

        A partir daí Thor dá um verdadeiro show à parte, se destacando bastante no filme. Ele consegue abordar sentimentos mais dramáticos do que comparado a Ragnarok e que até então não vimos dele desde o seu primeiro filme, "Thor 1". Está certo que ele também tem seu espaço enquanto alívio cômico na trama, mas é um Thor bem mais maduro e mais seguro de si que podemos ver agora, que acabou de passar por grandes traumas e agora parece ter encontrado sua verdadeira força. Isso é demonstrado claramente durante uma conversa com Rocket, que por sinal, despertou emoção neles e em quem assiste.

     


        Há quem critique e quem venere os irmãos Russo pelo seu trabalho em "Capitão América:  o Soldado Invernal" e em "Capitão América: Guerra Civil". Definitivamente eles não decepcionam. O trabalho deles em Guerra Infinita é estupendo. Um elenco enorme de heróis e o primeiro pensamento que veio à cabeça foi: "Como adaptar o tempo de tela para cada um? Não é possível. Alguém vai passar despercebido. Alguém não vai nem aparecer direito para dar tempo. Caramba! São mais de 20 heróis!" e é exatamente aí onde nos surpreendemos. Todos os heróis tiveram um excelente tempo de tela. As cenas eram cortadas e puladas para a aventura de outro herói em outro lugar porém nunca a ponto de confundir, já que a mudança de local era sempre acompanhada da localização escrita na tela e foi um recurso que ajudou muito a nos situar na jornada individual deles.

        Uma coisa importante a ser ressaltada é que as cenas dos trailers enganam. Algumas não estão presentes no filme e foram usadas somente nos trailers. Um ponto bem positivo se analisar por um lado, mas por outro pode acabar chateando um pouco.

      A vinda de Thanos é anunciada primeiramente por Hulk e Dr. Estranho, que por sua vez têm a missão de reagrupar os Vingadores novamente, depois de um longo período afastados e alguns escondidos para se protegerem. A partir daí a tensão aumenta, pois era necessário encontrar os Vingadores isolados em diferentes cantos do mundo antes que o capagangas de Thanos o fizessem primeiro. Todos os heróis estão mais maduros. A aparição do Capitão América foi memorável, assim como o seu novo visual e o da Viúva Negra, que também está mais badass do que nunca. A cena em que podemos ver nos trailers do Capitão segurando a mão de Thanos é de uma energia absurda. A atuação do Chris Evans foi fenomenal. Ressalvas ao Homem de Ferro que limpou sua imagem após Guerra Civil e que parte também foi limpa em "Homem-Aranha: de Volta ao Lar". Neste filme ele está também mais centrado e com uma armadura incrível. Parece até com de certo personagem. A trama de Visão e Feiticeira Escarlate é muito boa, tendo bastante química entre eles. Sem contar no arco dramático violento que os envolve. Doutor Estranho está absolutamente imponente como sempre, porém em vários momentos que ele poderia ter alterado o tempo para corrigir problemas, ele não o faz. Mesmo sendo um dos meus personagens favoritos da Marvel, parece que faltou um pouco de perspicácia. Mas tudo bem, dá para entender já que o Thanos a essa altura já tem a joia da realidade e com isso pode alterar a realidade a seu favor e invalidar o uso isolado do Olho de Agamotto. Homem-Aranha também está incrível no filme, mostrando que não tem medo mesmo sendo apenas um garoto, e Stark está sempre ali do lado como uma figura paterna para Peter. Já não era novidade para ninguém o traje do Aranha de Ferro e as patas. A princípio as patas podem ter parecido meio desnecessárias quando foram divulgadas, mas acreditem: foi muito útil em momentos bem oportunos. Os Guardiões no geral também são incríveis. Já o arco de Wakanda é grandioso: vemos mais vez o Pantera Negra com grande imponência e sabendo comandar de forma inteligente as tropas contra os capangas de Thanos.

        Outra coisa que surpreende é como Thanos também teve tempo de tela para ser desenvolvido. O resultado é um vilão excelente e até convincente em certos momentos. De vez em quando até poderíamos entender seu ponto de vista, se não fosse o fato de ele ser um genocida em potencial. Porém Thanos não é de todo ruim: a trama favorece bastante para vermos que ele sente emoções, fica triste e por incrível que pareça, tem amor pela sua filha adotiva Gamora. O arco dele gira praticamente todo em torno dele e sua relação com sua filha postiça. Podemos entrar na cabeça de Thanos e até ver suas aflições. Mas ele não hesita em ser cruel até com ele próprio para conseguir o quer. Pode-se dizer que o filme é de Thanos . A joia da alma é descoberta nesse contexto, enquanto há o reaparecimento de um personagem de "Capitão América: O Primeiro Vingador" e que gera estardalhaço.

         É incrível como o enredo é bem amarrado e consegue dar conta de tanta informação ao mesmo tempo e faz isso com maestria. Todos estão sob perigo real. Incrível também como é o melhor filme da Marvel empatado com Pantera Negra, porém Guerra Infinita ousa e vai mais além, entregando um final incomum aos filmes da Marvel: um final pesado e até mesmo sombrio. Ninguém acreditou no final que viu. Nem eu. Muitas mortes acontecem durante o filme. Algo nunca visto também num filme da Marvel. Muitos personagens importantes se vão.

        "Vingadores: Guerra Infinita" tem uma cena pós-créditos tão surpreendente quanto o filme e que se conecta de alguma forma com o final que vimos.

        É o filme mais diferente da Marvel junto com Pantera Negra, que não tem medo de ousar e dá super certo, causando um misto de tristeza, angústia e curiosidade. É simplesmente épico. Um dos melhores vilões da Marvel (senão o melhor) e um final incomum, ousado e reflexivo, abrindo espaço para mais teorias e especulações.

E É UM FILMÃO DA P%RR@!

Agora é ver se conseguimos sobreviver até "Vingadores 4", que estreia 3 de maio de 2019.

Lembrando que também teremos a nossa crítica por vídeo COM e SEM spoilers! Então fiquem atentos no nosso canal!

 

 

NOTA: 10

        Não consigo dar uma nota menor que 10, mesmo tendo alguns pequenos momentos de piadas descabidas e pelo problema do Dr. Estranho como falei. Porém não dá pra dar menos.

© 2017 por CarbonTime. Orgulhosamente criado com Wix.com

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