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Críticas

Crítica | Quatro Vidas de um Cachorro ( A Dog's Purpose)

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          Confesso que fiquei bem receosa no começo por se tratar de mais um daqueles filmes "apelões de lágrimas", por conta da temática e do arco sentimental envolvido (cachorros, é claro!). Pois bem, decidi dar uma chance. Um dos fatores que me seduziram, inclusive, foi a participação de Dennis Quaid na trama.

            O filme, baseado no livro de W. Bruce Cameron, gerou uma certa polêmica antes da sua estreia, pois alegaram que os cachorros utilizados para as gravações estariam sendo maltratados por conta de cenas extremas com os animais (mais especificamente uma cena gravada em um córrego, como vemos no filme). Porém essa notícia rapidamente foi desmentida e a cena inclusive, se encaixa no contexto da trama.

           Porém não é um filme tão direto ao ponto quanto se imagina: é preciso se envolver na trama - um tanto quanto difícil e curiosa - para entender o desfecho mais para a frente. Difícil  e curiosa porque não se atém a apenas uma trama, e sim a quatro, o que torna o título do filme em português bem sugestivo por sinal (e que também faz parecer que estamos assistindo aos episódios da série Black Mirror, sendo que cada um tem um enredo completamente diferente  e desconexo do outro). A direção de Lasse Hallström se faz confusa por conta de tais "quebras de trama", porém apenas no final nos faz entender melhor a motivação de cada uma das outras três. Ao total são quatro histórias de diferentes cachorros que se cruzam de certa forma, culminando para um desfecho mais esclarecedor. Um ponto tanto quanto curioso e que enfatiza a trama, é que ela é narrada pelo cachorro, em todas as histórias, como se realmente fosse o mesmo cão em suas 4 vidas.

          A primeira história - e a mais longa em relação às demais, ocupando praticamente a metade do filme - se passa em torno de Ethan, um menino que resgata um filhote de Golden Retriever que encontra desidratado e preso dentro de um carro e tenta convencer os pais a deixá-lo ficar com ele, e o nomeia de "Bailey".  É possível notar um elo muito forte entre Ethan e Bailey, tendo elementos peculiares no convívio com o cão. A trama também foca na relação difícil que Ethan tem com o pai e no seu romance na juventude, Hannah, com quem Bailey também mantinha um certo elo. Ethan consegue uma bolsa na Universidade por conta do jogo de futebol americano, e após um trote sofrido por um colega, quebra a perna e fica inviabilizado pelo resto da vida para jogar. Com isso, é obrigado a desistir do seu sonho e muito aflito com a vida, termina seu romance com Hannah. Logo após isso, podemos notar que alguns anos se passaram, e Bailey, com muitos problemas relacionados à idade, acaba morrendo. É de fato a trama principal do filme, sendo talvez a mais cativante e justificando a sua maior duração.

            A segunda história já muda o foco para um policial que treina uma cachorra Pastor Alemão para ajudá-lo em em seu trabalho. Essa segunda história também cativa pela forma que a cachorra se faz importante na vida do seu dono, que é um homem solitário e que mora sozinho com ela, além de ser sua parceira fiel no trabalho. A cena polêmica no córrego é a cachorra resgatando uma menina vítima de um sequestro. Após essa cena, o policial se envolve em luta corporal com o bandido, e a cachorra ao defender o dono, acaba baleada e morrendo. O filme obriga o telespectador a derramar as suas lágrimas mesmo se elas não tiverem caído ao término da primeira história.

           Na terceira, e com uma hype mais alegre, mostra o cãozinho de estimação de uma mulher também solitária, que acaba encontrando um namorado e se casando com ele pouco depois. O seu marido, também possuía uma cachorra e através disso somos capazes de observar a relação de companheirismo entre os dois cães, que agora já moravam na mesma casa, e também com a família. Um avanço no tempo é perceptível, de modo que os filhos já estão crescidos e a sua cachorra companheira acaba morrendo. Também é cativante o momento em que o cãozinho morre, visto que foi um companheiro de longos anos de sua dona.

            Na última e quarta história, muitos questionamentos acumulados no decorrer do filme são respondidos. É possível notar o feeling espiritual que o filme quer passar, quando o eu-lírico assume as quatro literais e (não tão diferentes assim) vidas de um cachorro. Também há o constante questionamento do próprio eu-lírico sobre qual é o real propósito de um cachorro na vida de uma pessoa. O foco muda para um cachorro abandonado (ponto semelhante com a primeira história), que vaga pelas ruas sem encontrar ainda o seu propósito. Coincidentemente, ele encontra a casa que era de Ethan e finalmente o encontra, muitos anos depois sozinho e triste, agora sendo interpretado por Dennis Quaid. Uma atuação um tanto quanto breve, porém marcante. Sem dúvidas o momento mais emocionante do filme. Ethan ainda relutante, não aceita imediatamente ficar com o cão, chegando até a levá-lo para um canil. Porém logo muda de ideia e resolve adotá-lo e o nomeia de "Buddy". Nesse momento vemos a euforia do cão ao estar finalmente "de volta ao lar". Após idas e vindas, num certo dia, Buddy fareja um "aroma conhecido" em uma cadela no parque que nos leva até Hannah, ex-namorada de Ethan, agora viúva e mãe. Buddy consegue aproximar os dois novamente após 30 anos afastados. Os dois finalmente se casam. Conforme o filme avança e o desfecho se aproxima, Buddy não se contenta apenas com isso, e quer a todo custo provar que é na verdade, Bailey, seu cãozinho do passado. Por meio de hábitos que apenas Ethan tinha com ele, como a mania de girar em torno do próprio rabo, pegar a bola de futebol americano para brincar e dar um salto nas costas de Ethan para pegá-la. Assim, ele se dá conta que Buddy é na verdade, Bailey e fica feliz por se sentir finalmente "completo" com o seu cachorro e com Hannah, seu amor do passado.

         É bastante curioso como o filme, embora um pouco confuso por conta de tais elementos de direção, consegue cativar profundamente o telespectador, que ao final do filme se encontra emocionado e feliz por ver o arco de Ethan finalmente concluído. Há a narração do eu-lírico cachorro, que relata finalmente ter descoberto o seu propósito, que é trazer amor e alegria aos seus donos. É o típico de filme clichê mas que consegue nos renovar emocionalmente e nos emocionar bastante. A atuação de Dennis Quaid também nos cativa e nos faz torcer para que seu personagem tenha um final feliz.

 

Nota:7,5

               

        

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